terça-feira, janeiro 19, 2010

De amizade e de risoto

Quem já não ouviu dizer por aí que amizade se escolhe? Eu ouvi várias vezes e, inclusive, já falei isso a minha filha. Mas amizade não se escolhe, não. Acontece.

Aconteceu comigo durante 10 anos em que trabalho no mesmo lugar. E hoje uma deliciosa sensação me pegou. Elas vieram jantar comigo, beber comigo, conversar, rir, dividir. Cada uma do seu jeito particular, pontual, feminino.

Uma está grávida, barriga pequena, expectativa grande. Espera um filho, menino ou menina, tanto faz, é uma vida. Mas espera, obviamente, uma barriga digna de uma fêmea que gera um novo ser.

Outra, linda, radiante, também está grávida... Mas de um projeto, de uma carreira, de sonhos grandes que podem acontecer dobrando a esquina. É só aguardar que este filho vai nascer!

A outra anda ansiosa. Ansiedade de uma mulher de 30 que ainda não casou, não tem filhos, não tem casa. Afinal, a porra da pressão manda dizer que nessa idade tem que ter essas coisas. Saco! Ela é bonita, tem fogo, dança como uma louca, loira e nariz perfeito. Sensível, é um balde cheio de emoção transbordando.

A mais velha, apesar de não aceitar este fato, tem mais energia do que guria de 20. Vive momento intenso da vida, realizando coisas práticas que talvez nem ela tenha noção... Conquistou uma casa pra ela e pra filha. Um canto só delas e de mais ninguém. Ou, ainda, de todos os amigos que elas amam e querem por perto. Ela conquistou algo que pensa ser maior do que pode. Mas não é. É exatamente o que ela precisa e o que merece.

Na janta de hoje, o menu foi risoto. De camarão, manga, leite de côco e côco ralado. De funghi e alho poró. De amor. O chef foi um homem. Homem que entrou na minha vida e com ele veio a oportunidade de aprender que dá pra amar, ter tesão, se abrir e ainda comer bem. Dádiva divina que me aconteceu.

Junto com tudo, estava a Pequena. Pequena filha que tudo vê, que tudo quer saber, que toda atenção quer tomar. Pequena por fora. Enorme por dentro. Tão grande que quando entra no meu mundo causa uma terremoto, um tsunami, um carnaval. Me movimenta e aumenta a minha percepção do que é viver.

E é assim, de Guidi, Tati, Jaque, Nádia, Tinho e Carol que a vida se apresenta pra mim. Me traz pessoas ricas, com universos e idéias múltiplas, me mostrando que nunca vou escolher amizade alguma. Elas acontecem. Acontecem com amor, com homens, mulheres, filhos. Acontecem não pela simples coincidência, mas pela afinidade. Sem esforço. Basta estar aberto.

Quem sou eu

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Imbituba, SC, Brazil
Gosto da escrita e quebrei o cadeado da porta por onde passam minhas emoções e vontades. Procuro o novo nas coisas que se repetem no dia-a-dia e escrevendo percebo e vivo intensamente as descobertas. E tudo que escrevo me alivia, me faz rir, me arrepia.

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